11 agosto 2013

Vinte e poucos anos...



É. Cheguei aos 22. 

Nem foi tanto assim, né?

Mas dessa vez foi bem diferente. 

Eu, como boa canceriana e um tanto quanto ansiosa, sempre passei meus aniversários num poço sem fundo. Na verdade, nos últimos cinco anos, as minhas noites de aniversário vêm sendo especiais e inesquecíveis. Todas. Graças, especialmente, às pessoas que me rodeiam (algumas não mais). No entanto, a semana que o antecedia sempre foi marcada por uma melancolia sem tamanho, e pela vontade de que esse dia de aniversário nunca chegasse. Sempre fui uma garota cheia de planos, alguns bem ousados, e, apesar de detestar ter expectativas, para não me frustrar, tê-las também me faziam sempre olhar pra frente, a fim de buscar concretizá-las. E, em cada dia que antecedia meu aniversário, eu parava para pensar sobre tudo o que eu queria e tudo o que eu ainda não tinha conseguido. 

Nesse ano foi o oposto. Parei pra pensar o que, em pouco tempo, consegui alcançar na vida. A conclusão é que estou exatamente onde queria estar. E me puno todas as vezes que reclamo, que me vejo pra baixo. Cheguei longe, o que não significa que parei de caminhar. Pelo contrário. Apenas percebi que, em pouco tempo, mas com muito esforço e coragem, você pode chegar onde você quiser. 

2013 foi o ano em que, durante todo o mês do meu aniversário, eu apenas pensei que estou em um emprego para o qual eu acordo cedo, no qual eu trabalho bastante, mas que só me traz satisfação, orgulho e pessoas maravilhosas ao meu redor. 

Alugo um apartamento com meu salário (e ainda com alguma ajuda dos pais para mantê-lo), pequenininho, mas com minha cara, o qual já chamo de lar, perto de todos os lugares que preciso ir, super aconchegante e tranquilo.

Estou perto do fim da faculdade. É, nesse aspecto eu não tenho tanto de bom pra falar. Apenas acho que será minha maior vitória terminá-la, já que é o setor da minha vida mais conturbado e que mais me cansa, me exausta, me deixa desesperançosa. Mas meu trabalho preenche essa angústia. Nada é perfeito, não é?. 

Por fim, tenho os amigos mais incríveis, assim como pessoas por perto, pra me amparar e me fazer bem. Um bem danado, inclusive. Tenho tido os dias mais completos. E meu pessimismo ainda me faz ter aquele medo de perder esses dias. Mas, se tem algo que eu indico a todos é: viver o presente faz bem, dá paz e sossego pra vida. É o que ando tendo. 

Claro, tem os aperreios da vida. Aquela aflição de "será que vai dar pra pagar as contas?", os tempos cansativos que nos fazem pensar "eu não vou conseguir. vou desistir de tudo, voltar pra minha mãe. ela dará um jeito." e da falta de esperança, onde você apenas pensa "o que eu faço depois? e meu futuro, o que vai ser dele?". Aquelas noites de insônia diante do medo que dá de ser adulta. Ser adulto é difícil. Ser adulto dói. Mas ninguém me disse que ia ser fácil. E vale muito a pena. 

Já aprendi na vida que gritar a felicidade faz mal. Nem tenho esse hábito. Mas felicidade é algo complexo demais. Estou apenas desabafando coisas boas. Aproveitem, otimismo não é o meu forte. 

E quem sabe arranjo um tempinho pra continuar com o Sophie ;) 


4 comentários :

  1. Primeiramente Parabéns!
    Os dias que antecediam meu aniversário sempre me deixava triste.
    Não pelo fato deu estar ficando mais velho ou estar perto da morte kkk
    Simplesmente me deixava triste.

    Hoje sei la.. me sinto abstrata!
    vc escreve tão bem, deveria exercer mais ^^

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  2. Lari, todo o meu sentimento descrito por ti.
    Teus medos, tuas angústias. Tudo que se sente.
    Eu até to aprendendo meio tarde o que é "se virar" mas a gente aprende um dia.
    Mas tem tanta coisa boa em ter o próprio canto, né? Apesar de que, por vezes, é meio solitário.
    às vezes ta só eu e o filhote. fica tudo bem. mas fico me sentindo sozinha, sabe?! no inconsciente.
    parece que fiquei mais carente ainda do que já era. e olha que eu sempre fui MUITO carente.
    por mais que eu goste de ficar sozinha, e eu realmente adoro, sinto falta de cia em alguns momentos.
    Durante as aulas fica tudo bem porque, depois do trabalho, fico 1 hora em casa, tomo banho, como, pego o material e vou pra aula, aí depois já chego tarde e vou dormir, nem chego a sentir falta de nada. Mas nas férias da faculdade, que eu ficava HORAS sozinha, só olhando tv, ou na internet... fiquei meio deprê. Rodrigo não vai sempre pra lá. Enfim, vivendo e aprendendo, todo dia um pouco.


    beijos!

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    1. é exatamente isso, Gue! Adoro ficar só, mas quando é por mais tempo já fico mal, carente. Nas férias nem tanto, porque não tirei férias do trabalho. Durante as aulas tudo o que quero é ficar só. Mas criei uma fobia, fobia mesmo a feriadões em que não viajo. Nossa, fico mal, no fundo do poço. Nem com o que a gente mais quer a gente se satisfaz, né? E o ser humano não é feito pra ficar só. Difícil de acreditar, mas é a verdade. Enfim, é uma experiência única essa nossa ;)

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