Me traga de volta.

E só resta a dor e a solidão, essas amigas inseparáveis. Diante de todos os sóis e as luzes e os filmes e os apelidos e os risos incontidos e as embriaguezes e o suor pelos corpos nus depois dos minutos que pareciam um pedaço da eternidade com toda a beleza que pode existir na paixão. Foi diferente, com eles. Foi diferente pra ela. Porque ela já tinha tido um caso bem marcante com a paixão. Até inesquecível essa sensação de prazer incontido, mas que não lhe trazia perspectivas. Porque paixão é rasteira, é no momento. E ela vem e vai e vem e vai e vem e vai mas é isso. Ela tivera também uns casinhos com esse danado do amor, arrebatador, parece que a qualquer momento vai fazer você explodir de sorrisos e bobeiras e coisas que só suportam quem está amando. Essa é a verdade. O amor é piegas. Mas agora fora diferente. Pois ela conhecera os dois juntos. E sentira a paixão agarrada, indissolúvel, do amor. E se entregara. Pois fora a felicidade real, e não clandestina. Fora a sensação de eternidade, de que não, nunca, nunca se soltariam na vida, pois só havia uma vida para dois seres. Que coisa mais ridícula, a eternidade. Que coisa mais destruidora a esperança. Essas sensações de merdas de filmes norte americanos de mocinha e mocinho ou das novelas adolescentes que enfiam goela abaixo dessas gerações. Mas não fora ficção fora vida real. E não há mais caminho. Não há. Me traga de volta, me traga de volta...