23 fevereiro 2013

COMBO: Frankweenie - Valente - Detona Ralph.

E, pra não perder o costume, a Disney resolveu encabeçar a lista de filmes da categoria Animação, do Oscar 2013 (ai como adoro essa categoria!). Dos cinco indicados, três são da famosa produtora e, por motivos óbvios, o favorito também - Frankweenie, diferenciando-se de Valente e Detona Ralph por não ser da Pixar. Vale destacar, ainda, que as duas animações da Pixar indicadas trouxeram temáticas bem inovadoras e aspectos originais, não tão comuns às suas películas anteriores. Então, vamos às apresentações!



Frankweenie conta a história do garoto Victor, solitário, franzino, calado, e seu cãozinho e único amigo Sparky. O garoto é o melhor em ciências na escola e tem como hobbie dirigir curta-metragens de terror, usando seu animal de estimação como protagonista. No entanto, no dia em que é obrigado pelo seu pai a participar de um jogo de beiseball na escola, acontece uma tragédia: Sparky sofre um acidente fatal. Victor se desespera, ao se ver sem seu único companheiro. E nesses dias solitários, em uma aula de ciências, tem a ideia de se utilizar da sua inteligência pra trazer seu cão de volta à vida, o que gera uma série de acontecimentos inesperados na cidade. 

E nesse ambiente trágico (afinal, o que é mais triste pra uma criança do que perder seu animal de estimação?), Tim Burton nos presenteia com uma ode ao cinema clássico de terror, fazendo uma homenagem a várias das obras que tanto lhe deram inspiração para realizar a ambientação sombria, noturna e de personagens nada convencionais da maior parte dos seus filmes. Constroi a animação em stop-motion - estilo que prevaleu na premiação desse ano, já que Piratas Pirados e Paranorman também são stop-motions - e em preto e branco, fazendo, ainda, clara referência ao famoso monstro Frankstein no nome do filme.  Vale dizer, também, que expôs ao público um alter ego, com Victor, um garoto nada popular na escola, de um ar soturno e aspirante a cineasta. Ouso dizer que Frankweenie foi uma das obras do Tim que mais me emocionou, pois facilmente percebemos o quão é pessoal e honesto com suas influências, sendo minha torcida para levar a estatueta na premiação de amanhã. 



Valente traz em sua trama a história da princesa Mérida, garota que busca quebrar as tradições femininas em um reino da Escócia, na Idade Média. Com uma personalidade forte, não se contenta em passar a vida treinando para ser uma princesa, com bons modos, boa aparência, porte de rainha. Gosta de cavalgar e tem como hobbie praticar arco e flecha. No entanto, sua mãe e rainha dedica a vida em transformá-la em uma dama apresentável à sociedade, bem como apta a se casar. Por isso, convoca os jogos heroicos, dos quais sairá um vencedor e noivo para a primogênita. Tal ideia faz Mérida entrar em pânico, vindo a romper os laços com sua mãe e fugir do castelo.


No caminho, se depara com uma bruxa, que, a pedido da garota ruiva, faz um feitiço para que a rainha mude por completo. Ao voltar ao reino, a garota percebe que o feitiço foi por água a baixo: sua mãe se transformou em um urso, o animal mais caçado pelo rei. Para desfazer o feitiço, Mérida precisa reatar os laços até o segundo nascer do sol.

Confesso que me surpreendi, vendo tamanha inovação da Pixar, que, em sua primeira princesa, expõe uma personagem feminina que quebra paradigmas. Digo, ainda, que trouxe bem, de uma forma sutil que cabe a obras infantis, a crítica ao sexismo, ilustrando uma princesa forte, que não se rende às diversões tradicionalmente femininas, nem aos tradicionais deveres de uma mulher da realeza. Também tem um apego cômico sensacional (não rio tanto em uma animação desde Monstros S.A) - vide os trigêmeos e o rei, figuras engraçadas na medida certa. Valente muito me agradou, demonstrando, mais uma vez, uma série de acertos da Pixar, de um modo ousado, figurando como um dos favoritos ao Oscar.






Detona Ralph é ambientado em um submundo no qual os diferentes jogos de Fliperama são interligados por uma rede elétrica. Ralph é um vilão (The bad guy!) de um jogo arcade, no qual ele destroi o prédio e o Félix, mocinho, conserta tudo e ganha todas as medalhas. No entanto, ninguém sabe que o grandalhão tem sentimentos, e gostaria de ser notado, receber tapinhas nas costas, não morar sozinho em um lixão e ser convidado pras festas. Por isso, fica obcecado na ideia de conseguir uma medalha em outro jogo. Nessa busca, decide entrar em um game HD, no qual tem que matar uma horda de insetos e chegar ao topo da montanha para conseguir a tão sonhada medalha dourada. Nessa confusão, consegue a medalha, mas acaba a ser lançado para o jogo Corrida Doce, no qual conhece Vanellope, garota encrenqueira que sonha em participar da corrida, mas é impedida por ser um "Tilt".


E mais uma vez a Pixar resolve inovar, e muito! Detona Ralph é claramente uma animação voltada pra gamers que viveram os anos 90 e pessoas que tiveram algum contato com os antigos consoles. É dotado de referências com os mais famosos personagens de jogos, nos permitindo ver cenas com o Bowser, o Sonic e até o Pac Man! E quem não ficou ansiosamente esperando o Mario aparecer, hein? Além disso, o ambiente da Corrida Doce é idêntico às famosas pistas de Mario Kart. Mostra, também, o trágico encontro entre os jogos arcade com os jogos HD, o que acabou causando a confusão cerne da história. Bom, é um desenho nostálgico, com dois personagens de uma empatia emocionante (Ralph e Venellope) e nos faz ter vontade de tirar nosso Super Nintendo da caixa empoeirada e mostrar praqueles joguinhos de gráficos ultrapassados que eles não estão tão esquecidos assim. No entanto, apesar de figurar como indicado ao Oscar, não está à altura dos seus dois concorrentes da Disney.

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